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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

NOSSO PROJETO CONTRA O BULLYING

PROJETO ANTIBULLYING

Todos os dias, alunos no mundo todo sofrem com um tipo de violência que vem mascarada na forma de “brincadeira”.

O que caracteriza o bullying?
Para que uma ação seja considerada bullying, ela precisa ter certas características:
*ser repetida contra uma mesma pessoa,
*apresentar um desequilíbrio de poder que dificulte a defesa da vítima,
*não possuir razão aparente e contar com atitudes deliberadas e que tragam prejuízo – material, físico, emocional ou de aprendizado.

Segundo a Abrapia (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Criança e ao Adolescente) não está restrito ao tipo de instituição. Com a internet, o bullying ganha espaço também nas comunidades virtuais aumentando ainda mais o transtorno das vítimas, já que no ambiente virtual os autores da agressão podem manter suas identidades no anonimato.

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

JUSTIFICATIVA DE ELABORAÇÃO DO PROJETO

Frequentemente se debate sobre o bullying, mas nem todas as pessoas sabem ao certo do que se trata o assunto deixando, assim, a discussão para profissionais. Para compreender melhor essa questão, é pertinente delimitar e caracterizar bullying nas escolas, promover a apresentação do Projeto de Lei nº 544/09 aprovada no estado do Espírito Santo, e também, explicar o termo para alunos e profissionais da educação conscientizando-os.

Inicialmente urge destacar a delimitação e caracterização do bullying nas escolas. Convém notar que bullying é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro, causando dor, angústia e sofrimento, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder. São muitos os exemplos de atitudes agressivas, que ocorrem na escola. Essas situações não são novas, existem há muito tempo, mas foi somente a partir da década de 70 que começaram a ser estudadas com atenção, por pesquisadores de diferentes países, como integrantes de um fenômeno chamado bullying.

Deve-se dizer ainda que é importante apresentar o projeto de lei nº 544/09, que define e regulamenta ações voltadas para o combate ao bullying nas escolas públicas e particulares do Espírito Santo, foi aprovado pelos deputados no plenário da Assembleia Legislativa. O projeto de “Combate ao Bullying” não se limita a proibir a prática do mesmo. Procura esclarecer a comunidade escolar sobre a abrangência do termo e conscientizar sobre medidas de prevenção, diagnose e combate. Ao poder público caberá a elaboração de políticas de conscientização, respeitando as medidas protetoras estabelecidas no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Vale também lembrar que o bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Essa menção permite afirmar que as crianças ou adolescentes que sofrem bullying tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.

Percebe-se, pois, que a explicação do termo bullying para alunos e profissionais da educação é essencial para a construção de uma sociedade sem bullying. Evidentemente, torna-se necessária a divulgação de um projeto de conscientização dos indivíduos envolvidos e dos técnicos que se relacionam de perto com as crianças e os jovens, nomeadamente os professores têm que estar mais atentos a esta realidade e devem perceber o impacto devastador que o bullying pode gerar, comprometendo o benéfico do desenvolvimento da criança como pessoa segura e autoconfiante.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Bullying. A hora de falar é agora. Fale você também.

Em 2010, o Altas Horas iniciou uma campanha para combater a prática de bullying nas escolas. Essa ação nasceu de um debate promovido por Serginho Groisman durante um programa. Naquela oportunidade, Felipe Matos levantou-se na plateia e revelou que era vítima dessa violência em seu colégio.

Desde então, Serginho vem realizando ações para divulgar a campanha Altas Horas contra o Bullying. O apresentador gravou um vídeo, que será veiculado durante a programação da TV Globo, e criou um cartaz para as escolas fazerem download no site do programa e espalharem nas salas de aulas e pátios.

Agora, a campanha Altas Horas contra o Bullying inicia uma nova fase e vai precisar da sua ajuda. O site do Altas Horas está disponibilizando um espaço especial para você falar sobre o assunto.

Se você sofre ou já sofreu bullying, se você participa de alguma campanha e quer divulgá-la, se você tem experiências legais e atitudes positivas para ajudar a resolver o problema ou se você só quer dar a sua opinião sobre o tema, grave um vídeo e envie para nós. Participe dessa campanha!

DIVULGUE!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A menina que deixou a escola por sofrer bullying

Quem vê Pamela Harada, 16 anos, com seu look e make descolados no karaokê ou nas baladas com os amigos dificilmente consegue imaginar que ela seja vítima de algum tipo de discriminação. Mas assim como milhares de adolescentes em todo o mundo, a paulistana conheceu de perto o bullying. 


Desde os 9 anos, a garota mora no Japão com a família. E foi logo ao entrar na escola que Pamela teve de encarar o ijime (palavra japa para bullying). Ela era ignorada por ser estrangeira e, mesmo sabendo falar japonês, não conseguia fazer amigos (no Japão, os descendentes costumam ser mais discriminados do que os estrangeiros). "Uma vez, meus colegas disseram que tinham nojo de mim", conta. Vivendo num ambiente assim, a garota foi se fechando. "Eu não tinha vontade de ficar na sala de aula, não conseguia confiar em ninguém. Até que a minha professora me colocou numa sala fechada, sozinha. Eu ficava o dia todo fazendo nada." 

Além de sofrer, Pamela viu a irmã ter de encarar o mesmo problema: Laryssa, 13 anos, chegou a apanhar de alunos no corredor do colégio. Para preservar as filhas, o pai de Pamela ia na escola pelo menos três vezes por mês para reclamar. Dos professores, ouvia a promessa de que iam conversar com os pais dos outros meninos, mas nada mudava. A mãe das meninas, cansada de vê-las nessa situação, procurou a escola também e ouviu que as filhas precisavam se acostumar à sociedade japonesa. 

Sem conseguir solucionar o problema ou ter a permissão da prefeitura para frequentar outra escola pública (algo que rola no Japão), as faltas viraram rotina. Pamela chegava a chorar em casa para não ter de ir à aula. "Teve uma época em que eu estudava na enfermaria da escola, fazia até as provas lá. No último dia de aula, uma menina chegou e disse que tinha achado um tênis embaixo da torneira. Depois, soube que era o meu." 

Meses após perder um amigo num acidente de carro - também vítima de bullying -, a única amiga da garota também começou a ser discriminada. Os colegas pegaram uma cartinha que Pamela havia escrito para ela, passaram de mão em mão na classe e fizeram uma ameaça: quem se aproximasse das duas seria o próximo a passar por humilhações. "Meu pai foi à escola e tentou conversar, mas o diretor não deu bola. Aí ele chamou uma das meninas que me zoavam e falou que, no Brasil discriminação é crime. O pior é que essa garota já tinha sido minha amiga." 

As sessões de queixas na mesa do diretor só acabaram quando a adolescente fez um desabafo que deixou a família toda em alerta. "Ela nos disse que, para viver daquele jeito, preferia a morte", lembra Lúcia, mãe de Pamela. Ela acabou tomando uma decisão radical: saiu do emprego e mudou-se com a família para outro bairro, para que as meninas pudessem ir para uma escola diferente. 

Pena que o esforço não deu certo. Pamela e a irmã caçula continuavam a ser as únicas estrangeiras do colégio, sofrendo ijime dos colegas. A solução foi seguir o conselho de uma professora e ingressar a Free School, instituição de ensino criada para receber vítimas de maus-tratos e estudantes com dificuldade de aprendizado. "As pessoas de lá eram superlegais", conta Pamela. O único porém era a mensalidade do colégio, que ultrapassava os mil reais por mês. Sem dinheiro para quitar as parcelas, Pamela teve de deixar as aulas de lado e passou a trabalhar numa loja de conveniência perto de casa. 

Enquanto não volta a estudar, ela está aprendendo inglês, pois já tem certeza do que quer fazer mais no futuro: cursar faculdade de direito nos Estados Unidos ou na Inglaterra - e, quem sabe, estudar moda e maquiagem, paixões que cultiva desde criança. Sobre todo o bullying que sofreu, Pamela tenta ser positiva: "Não importa o que as pessoas achem de você. O que importa é o que você acha de si mesmo". 



segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Que tipo de danos pode causar o bullying?

A vítima pode apresentar baixa auto-estima, dificuldade de relacionamento social e no desenvolvimento escolar, fobia escolar, tristeza, depressão, podendo chegar ao suicídio e a atos de violência extrema contra a escola. Já os autores podem se considerar realizados e reconhecidos pelos seus colegas pelos atos de violência e poderão levar para a vida adulta o comportamento agressivo e violento. As testemunhas silenciosas também sofrem, pela sua omissão e falta de coleguismo. Muitos sentem-se culpados por toda a vida. 

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Madonna diz ter sofrido com o bullying em entrevista

O Bullying e seus efeitos está recebendo uma grande quantidade de publicidade nestes dias, com uma franca adesão da cantora Madonna a um coro de celebridades que estão expressando sua oposição a esta tendência preocupante. Não surpreendentemente, o ícone da música usou palavras mais fortes que a maioria. Aparecendo via satélite no The Ellen DeGeneres Show, Madonna faz um apelo sincero para que o bullying acabe, comparando-o a linchamentos ou ao Holocausto.

"Estou muito perturbada e entristecida com o número esmagador de suicídios de adolescentes que têm sido relatados recentemente por causa do bullying", diz ela. "Suicídio em geral é preocupante. Adolescente cometer suicídio é extremamente perturbador, mas ao ouvir o que estes adolescentes estão sofrendo em suas vidas, porque eles estão sendo vítimas de bullying na escola e dormitórios, o que você tem, é algo inexplicável". 
Madonna afirmou ter sido intimidada como uma criança em Michigan e que este as crianças problemáticas poderiam aprender uma lição ... "Ainda me sinto diferente", diz ela. "Eu posso relacionar totalmente a idéia de me sentir isolada e alienada. Eu era incrivelmente solitária enquanto criança, como uma adolescente. Tenho que dizer que eu nunca senti encaixada na escola. Eu não era um atleta. Eu não era uma intelectual".

Vamos continuar na luta por um ambiente escolar seguro e motivante.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Entrevista sobre bullying.


Ângela Soligo (Unicamp): escola tem papel fundamental no combate ao bullying
Graduada em psicologia, com mestrado e doutorado também em psicologia, Ângela Soligo é docente da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro do Grupo de Estudos e Pesquisas Diferenças e Subjetividades em Educação. Integra, também, o conselho editorial da revista Escritos sobre Educação, do Instituto Superior de Educação Anísio Teixeira, da Fundação Helena Antipoff, de Belo Horizonte (MG) e a Comissão Científica dos Cadernos UFS de Psicologia, da Universidade Federal de Sergipe.
Em sua experiência na área de educação, a ênfase é na formação de professores, atuando principalmente em temas relacionados a preconceito racial, representação social, formação, professor e escola.
Em entrevista ao Jornal do Professor, Ângela Soligo afirma que a escola tem papel fundamental no combate ao bullying. “A tarefa da escola não é simplesmente punir ou patologizar, mas educar - construir, com os alunos, novas visões de mundo, de sujeito, e novas possibilidades de convivência, na diferença”, destaca.

Jornal do Professor – O que é bullying? Existem tipos diferentes de bullying?
Ângela Soligo – Bullying não tem tradução literal no português, mas significa abuso entre iguais, ou seja, não é qualquer abuso ou agressão, mas o abuso entre pessoas de mesma idade, mesmo status em um grupo, como por exemplo, alunos em uma escola. Outra característica do bulling é que não se trata de um acontecimento isolado, como uma briga entre dois colegas, por exemplo, mas de eventos repetitivos: um aluno que é sistematicamente xingado ou agredido por um grupo, ou alguém que nunca pode participar de determinados grupos.
Portanto: o bullying ocorre entre iguais, de forma repetitiva. Porém, esses iguais não se sentem iguais, aqueles que praticam se julgam superiores às suas vítimas.
Há diferente manifestações de bullying, algumas mais evidentes – agressão física, xingamento, apelidos humilhantes, outras menos evidentes - afastamento e isolamento - ocorre quando algumas crianças ou adolescentes são impedidos de participar de atividades com os demais colegas, são recusados em atividades de grupo, nunca são escolhidos pelos colegas para nada (esse tipo de bullying, em geral, é praticado pelos ditos bons alunos - e, por essa condição, seus atos não são percebidos como nocivos aos outros).

JP - Quais as principais causas do bullying?
AS – Em geral, pode-se dizer que o bullying se desenvolve no contexto da violência, na cultura da violência. Nossa sociedade cultua distintas formas de violência, valoriza modelos agressivos, tolera várias formas de agressão (violência policial, violência doméstica, guerras). Portanto, as bases para o bullying estão dadas na própria cultura.
Além disso, na base do bullying está alguma forma de preconceito. São em geral vítimas de bullying aquelas crianças ou adolescentes que carregam alguma marca desvalorizada socialmente: negros, gordos, portadores de certas deficiências ou dificuldades, meninas em alguns contextos, muito pobres, etc.
A suposta superioridade de alguns e inferioridade de outros, amplamente veiculada em nossas sociedades, abre os caminhos da agressão e da violência.

JP – Esse fenômeno sempre existiu ou é algo novo? Ele ocorre no mundo todo?
AS – O fenômeno sempre existiu, o nome é mais recente. Não se restringe ao nosso país, mas prolifera em um mundo que prega a solidariedade mas pratica a intolerância. Por que aumentam as manifestações de bullying, porque atinge a todas as camadas sociais, e porque hoje as mídias nos permitem conhecer, ter acesso a informações do mundo todo, o fenômeno tem ganho cada vez mais a atenção de educadores e da sociedade.

JP – Quais as consequências que o bullying pode trazer a suas vítimas?
AS – Para as vítimas do bullying, há muitas possíveis consequências:
- a recusa em ir à escola;
- dificuldades no desempenho escolar, já que o fator afetivo afeta sua percepção sobre si mesmo e segurança;
- sintomas físicos na hora de ir para a escola - dor de barriga, suor, dor de cabeça;
- no limite, adoção de reações violentas ou condutas suicidas.

JP – O bullying ocorre mais em algum nível de ensino específico ou faixa etária?
AS – O bullying tem ocorrido mais na faixa etária entre os 8-9 anos até o final da adolescência. Pode ocorrer antes, mas é mais raro, pois crianças menores ainda não absorveram todos os preconceitos do mundo adulto.
Nos adultos, a conduta não é mais chamada bullying, mas assédio moral, e quanto a ela há leis hoje que tentam proteger os agredidos.
Não há muitos relatos de bullying em universidades, mas ele pode ocorrer. No entanto, nessa fase os sujeitos já estão mais seguros e aparelhados para se defenderem. Tive pessoalmente conhecimento de um caso neste contexto, e o sujeito agredido, embora extremamente abalado, procurou ajuda e amparo institucional. Crianças e adolescentes têm mais dificuldade para isso, retraem-se e
silenciam.

JP – O que os professores e as escolas podem fazer para combater a ocorrência desse fenômeno?
AS – A escola tem um papel fundamental no combate ao bullying. Em uma perspectiva mais geral, formar para o respeito, para o combate a qualquer forma de discriminação e preconceito. Isso deve se feito o tempo todo, no dia a dia da escola, como um princípio educativo.
Em uma dimensão mais focal, quando o problema surge, é fundamental não silenciar, não esperar que passe, mas intervir. Intervir, não quer dizer encaminhar a vítima para tratamento (o que tem ocorrido com frequência, como se a causa do bullying estivesse dentro da vítima). Quer dizer refletir com os agressores, as vítimas e os outros alunos, identificar a agressão como um problema a ser trabalhado, não tolerar, não aceitar como parte da normalidade da escola. É importante mostrar ao conjunto dos alunos que aqueles que silenciam, que não praticam mas assistem, são cúmplices, alimentam a agressão. E que o silêncio, muitas vezes, também fere.
Concluindo, a tarefa da escola não é simplesmente punir ou patologizar, mas educar - construir, com os alunos, novas visões de mundo, de sujeito, e novas possibilidades de convivência, na diferença.