Pesquisar este blog

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Com histórias reais, The Bully Project faz apelo contra bullying

The Bully Project
Dirigido pelo premiado (Sundance e Emmy) cineasta, Lee Hirsch, The Bully Project é uma bela produção cinematográfica. O documentário conta com grandes participações de pessoas cujas histórias representam, cada qual, uma faceta diferente do bullying na América.
 
The Bully Project acompanha cinco crianças e suas famílias ao longo de um ano escolar. As histórias incluem duas famílias que perderam filhos por suicídio e uma mãe preocupada com o destino de sua filha de 14 anos que foi presa depois de levar uma arma para o ônibus escolar. Com uma visão íntima dos lares, das salas de aula, dos refeitórios e dos escritórios dos diretores, o filme oferece uma visão muitas vezes cruel da vida de crianças maltratadas.
 
Como professores, administradores, pais e filhos lutam para encontrar respostas. The Bully Project examina as conseqüências terríveis do bullying através do testemunho de uma juventude forte e corajosa. Através do poder de suas histórias, o filme pretende ser um catalisador para uma mudança na forma como lidamos com o bullying, sendo pais, professores, crianças e sociedade, como um todo.
 

Entrevista- BULLYING NAS ESCOLAS

CARTA FUNDAMENTAL 
Cléo Fante, coordenadora da mais abrangente pesquisa sobre o tema, explica os desafios para combater o problema entre alunos
O bullying é um fenômeno que não faz distinção de camadas sociais e está presente em escolas públicas e particulares do mundo inteiro. Tem características semelhantes em qualquer país, mas no Brasil tem uma particularidade: só aqui a maioria dos casos – 21% – ocorre dentro da sala de aula, e não no pátio da escola. É o que mostra a pesquisa O Bullying Escolar no Brasil, organizada pela Plan Internacional, uma ONG voltada para os direitos da infância. O estudo é o primeiro a abranger escolas de todas as regiões do País: foram ouvidos 5.168 alunos, entre 5ª e 8ª série, professores, gestores de instituições de ensino e familiares de estudantes. Responsável pela aplicação e análise dos dados da pesquisa, Cléo Fante, consultora educacional e pioneira em estudos brasileiros sobre o bullying, ressalta que tanto o aluno-vítima quanto o agressor tendem a baixar seu rendimento escolar. O primeiro porque passa a maior parte do tempo angustiado, o segundo porque se distrai mais. Nesta entrevista, a pesquisadora explica essas e outras conclusões do estudo e aborda questões que os professores precisam saber para lidar com o problema na escola.
Carta FundamentalExiste uma certa confusão sobre o que é exatamente o bullying. Como a senhora o define?
Cléo Fante: Especialistas costumam defini-lo como agressão física ou verbal de um ou mais alunos contra um mesmo colega, ocorrendo repetidamente e sem haver motivo para tal. Também é caracterizado por uma relação desigual de poder, apesar de ser praticada entre iguais, os estudantes. Se um professor pega no pé de um aluno, não é bullying. Na pesquisa, levam esse nome as ações com essas características que ocorreram ao menos três vezes durante o período letivo. Se dois alunos brigam por um motivo qualquer, não é. Se alguém é vítima de constrangimento por um ou mais alunos, várias vezes, é considerado bullying.
CF: Quando começou a haver uma preocupação no Brasil em relação ao problema?
CF: O bullying começou a ser estudado na Escandinávia, nos anos 70. O pesquisador sueco Dan Olweus, professor da Universidade de Bergen, na Noruega, organizava pesquisas para analisar o tema porque percebeu haver um alto índice de relação entre suicídios e vitimização de maus-tratos por colegas no ambiente escolar (a Finlândia, país escandinavo, registrou um massacre de aluno recente, em 2007). A partir desses estudos é que o assunto começou a ser analisado com mais intensidade em outros países. No Brasil, os primeiros estudos datam do ano 2000, e de lá para cá o assunto ganhou muita repercussão por conta de dois casos específicos, que ocorreram no intervalo de um ano. Em 2003, em Taiúva (SP), um ex-estudante de 18 anos foi até a escola onde concluiu o Ensino Médio portando uma arma. Feriu oito pessoas e cometeu suicídio. A polícia apurou que tudo ocorreu porque ele não tinha esquecido os maus-tratos que sofrera de colegas quando estudava naquela escola. Outro caso ocorreu em 2004, em Remanso (BA). Um aluno de 17 anos foi armado para a escola. Ele matou um colega e a professora de informática de quem não gostava, além de deixar outros feridos. Tudo ocorreu porque ele sofria gozações constantes dos colegas. Desde então, a repercussão na mídia aumentou muito.

A maioria dos casos de bullying no Brasil ocorre dentro da sala de aula. Foto: Ana Carolina Fernandes/Folhapress
CF: Em que o estudo da Plan difere das demais pesquisas que foram feitas sobre o tema?
CF: A diferença é a sua abrangência nacional: foram estudadas cinco escolas, cada uma de uma região específica do País, o que permite estudar o fenômeno nacionalmente. Isso nunca havia sido feito. Outra coisa é que agora foi feito em caráter exploratório. Além de convidar os envolvidos nessas escolas a preencher um questionário, houve uma fase qualitativa. Analisamos grupos de estudantes, professores, gestores de escola e pais. Também ouvimos as histórias, seus conceitos sobre o problema e as atitudes que eles costumam tomar a respeito.
CF: A pesquisa da Plan mostrou uma característica nos casos de bullying no Brasil: a maior parte dos maus-tratos ocorre dentro da sala de aula. É possível identificar a causa de tal peculiaridade?
CF: A pesquisa mostra que, no País, 21% dos casos relatados ocorreram dentro da sala de aula. Sobretudo em escolas públicas, muitas vezes os professores faltam e os alunos ficam dentro da sala sem supervisão, o que facilita a ocorrência de maus-tratos. No entanto, há também muitos casos que se dão mesmo com o professor presente. São vários os motivos para isso. Primeiro, às vezes, o professor dá aula para 50 alunos em um mesmo ambiente. É difícil monitorar todos. Mas os dados apontam que há casos de despreparo dos profissionais para lidar com a questão. Algumas vezes, os próprios professores têm uma postura um tanto agressiva em relação a um ou outro aluno, o que serve de exemplo negativo a outros estudantes. Há também professores que não percebem o bullying ou que não o diferenciam das brincadeiras comuns.
CF: Existe uma relação entre o bullying e problemas sociais enfrentados pelos estudantes?
CF: Não, o bullying, na verdade, existe desde que a escola existe. E é universal: em qualquer escola de qualquer país, desenvolvido ou não, o problema está presente. O que existe, em verdade, é uma desconfiança entre pais e escola. Um põe a culpa no outro: pais de alunos costumam achar que o problema está na escola, que não tem autoridade suficiente e não sabe lidar com os alunos. Já professores e escolas pensam que o problema vem de casa, que o aluno traz seus problemas para o ambiente escolar.
CF: Como a escola deve tratar os alunos agressores?
CF: Chamar os pais dos alunos que mais têm relação com os maus-tratos para conversar é uma ideia. Também existem escolas que dão palestras a respeito. Quando os pais são atuantes junto à escola, este problema tende a atenuar. Mas nem sempre os pais participam dessas conversas.
CF: Além dos problemas emocionais, a pesquisa mostra que existe relação entre sofrer maus-tratos na escola e mau desempenho?
CF: Sem dúvida, tanto no desempenho da vítima quanto do agressor. A vítima passa o tempo todo angustiada, pensando o que pode acontecer e quando vai ouvir xingamentos novamente. Quanto ao agressor, ele passa muito tempo distraído praticando o ato. Isso pode até gerar casos mais graves, como estudantes que deixam a escola porque, na cabeça dele, a instituição está associada a maus-tratos.
CF: Existe alguma fase da vida escolar em que o bullying é mais recorrente?
CF: Ele está presente em todos os anos, mas sua maior frequência ocorre da 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental. Os picos são na 5ª série e, sobretudo, na 6ª série. O bullying segue presente pelo Ensino Médio, chegando até a faculdade. Mas nessas fases os alunos agressores acabam sendo repelidos com maior frequência. Os estudantes, a partir dos 15 anos, começam a priorizar várias coisas, como namorar, por exemplo, e acabam deixando de lado essa necessidade de autoafirmação em grupo. Os alunos que insistem no ato acabam sendo afastados do convívio da maioria.
CF: O que muda nos maus-tratos provocados por meninos daqueles provocados por meninas?
CF: Os meninos costumam apresentar maior frequência de atos físicos e, muitas vezes, batem e chutam. Não que isso deixe de ocorrer com as estudantes. Mas, as garotas costumam praticar atos ofensivos por meio de palavras, espalhando boatos maldosos, por exemplo.
CF: Sobre o número de alunos que viram colegas serem maltratados, a pesquisa revelou uma disparidade entre as regiões do País. No Sudeste, 47% dos estudantes declararam ter vivenciado situações assim. No Norte, este número cai para 23,7%. Que conclusões podemos tirar desta diferença?
CF: Primeiro, pode significar que, realmente, o bullying é mais comum na Região Sudeste em relação à Norte. Por outro, também deixa dúvidas sobre a definição de bullying entre os alunos. É possível que a percepção do que é um ato de violência gratuita persistente sobre um colega seja diferente entre as regiões.
CF: O bullying ganhou uma nova vertente: a das redes sociais. Como as escolas podem agir para combater a prática de maus-tratos entre colegas na internet?
CF: Esse problema existe e está cada dia mais forte. Alunos são maltratados por colegas no Orkut, Youtube etc. O agravante é que dificilmente um aluno é difamado por colegas dentro da escola. Geralmente, o cyberbullying, como é chamado, surge em casa ou nas lan houses. As escolas podem trabalhar a questão da conscientização junto aos alunos e suas famílias.
CF: Como o estudo sobre o bullying no Brasil é recente, os professores vêm sendo preparados para lidar com o problema?
CF: Apesar de recente, há cada vez mais cuidado com o tema. Há professores que incluem a discussão em suas respectivas cátedras. Há muitas palestras e workshops para os formandos e professores. Sei que a Unifran e a Unicamp, por exemplo, trabalham muito o assunto. O fato de a mídia falar bastante a respeito contribui para o conhecimento do problema. Os casos de Taiúva e Remanso levantaram muita discussão. Também existe um esforço governamental a respeito: em Santa Catarina, por exemplo, há agora uma lei que visa combater o bullying nas escolas do estado (Lei Estadual nº14.651, sancionada em janeiro de 2009, chamada de Programa de Combate ao Bullying). Cada vez mais, outros governos tomam atitudes semelhantes, o que indica uma evolução.

Reportagem no Jornal A Tribuna mostra que Roliver dos Santos era vítima de Bullying

VÍTIMA DE BULLYING MORRE EM VITÓRIA-ES
Precisamos enfrentar este problema social com políticas públicas e programas de conscientização que sejam capazes de produzir resultados significativos, em combate ao BULLYING 
Fonte: Jornal A Tribuna

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Pai herói na luta contra bullying se mata um ano e meio depois de suicídio de filho



Roger Crouch, 55 anos, vencedor do prêmio de herói do ano do grupo gay inglês Stonewall, em 2011, foi encontrado na garagem de sua casa em Gloucester, na Inglaterra, enforcado, em Novembro passado. Ele deixou mensagem que levou a polícia a crer que ele não superou a morte de seu filho de 15 anos, Dominic, que se matou em 2010. As investigações sobre sua morte apontaram a depressão como fator que o levou a tirar a própria vida.

O rapaz se matou depois que boatos sobre sua sexualidade correram a escola onde estudava. O jovem se jogou de um prédio de seis andares. Uma investigação posterior indicou que um vídeo no qual ele beijava outro menino, em um jogo de verdade ou consequência, circulava no colégio. Dominic deixou um bilhete coma mensagem: "Querida família, Sinto muito mesmo pelo que estou prestes a fazer. Eu tenho sofrido muito com bullying ultimamente e muita coisa foi dita sobre mim que não é verdade."

O pai, símbolo das campanhas contra o bullying, tirou a própria vida enforcando-se. Roger deixou uma mensagem no Facebook : "Au Revoir (Até a vista, em francês), Adeus - ou talvez À Bientôt (Até logo, em francês)." Para a família, o pai não soube lidar com a morte do filho e vivia em depressão desde então.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

"Fundação Born This Way"

A "Fundação Born This Way" criada por Lady Gaga para dar suporte a crianças e adolescentes vítimas de bullying será lançada em fevereiro, é o que afirma o site "CTV News". Em entrevista a publicação, a mãe da cantora, Cynthia Germanotta, disse que o evento de inauguração será realizado na Universidade de Harvard. De acordo com Cynthia, a fundação tem como objetivo "criar uma nova cultura de bondade,coragem, aceitação e capacitação entre os jovens".
Para Cynthia, a razão que levou Gaga a ter tal iniciativa foi sua "paixão em criar um mundo melhor onde as pessoas são amáveis ​​e agradáveis ​​uns aos outros e são aceitos por quem eles são, independentemente de quão diferentes eles possam ser". Em dezembro de 2011, a cantora participou de uma reunião com o presidente norte-americano Barack Obama para compartilhar suas ideias de como diminuir a violência psicológica entre crianças e adolescentes.
Em parceria com a MacArthur Foundation, a Universidade de Harvard e The California Endowment, a fundação vai capacitar jovens no desenvolvimento da carreira e tem como pilares a auto-confiança, bem-estar e o anti-bullying.