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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Escolas do Rio vão ter programa anti-bullying

O Estado do Rio terá um programa de Prevenção e Conscientização do Assédio Moral e Violência nas escolas. A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou nesta terça-feira (27), em segunda discussão, o projeto de lei 683/07, que busca combater o chamado bullying – a violência física e psicológica no ambiente escolar. 
O projeto do deputado Chiquinho da Mangueira (PMDB) cria o programa que deverá ser desenvolvido através de ações multidisciplinares com atividades didáticas para conscientização, orientação e prevenção das agressões. A proposta define um conjunto de 10 metas para o programa, que vão da prevenção e combate da prática nas escolas ao auxílio a vítimas e agressores.
O autor informou que o projeto foi precedido por quatro meses de pesquisa. “Fizemos trabalho de pesquisa com alunos universitários, dentro das escolas públicas e chegamos à conclusão de que alguma coisa precisava ser feita para combater esse problema no estado”. Para ele, o programa aumentará a conscientização sobre as agressões, que, segundo ele, vêm crescendo. “Se o Governo não tomar uma atitude, envolvendo a sociedade, teremos problemas mais sérios no futuro”, aponta.
O projeto foi aprovado com emenda do deputado Rafael Picciani (PMDB), que inclui entre as práticas que caracterizam o bullying (como insultos pessoais, ataques físicos, grafites depreciativos e isolamento social) o cyberbullying. “São agressões cada vez mais comuns e que, pelo alcance que têm, são muitas vezes ainda mais danosas”, argumentou o parlamentar. O projeto será enviado ao governador Sérgio Cabral, que terá 15 dias úteis para sancionar ou vetar a proposta.

Projeto Antibullying: Bullying rende condenação de estudantes em Ribeirã...

Projeto Antibullying: Bullying rende condenação de estudantes em Ribeirã...: Quando alguém persegue, amedronta, humilha e o chama de baleia ou pau de viratripa, isso se chama bullying Jucimara de Pauda Foto: Matheus U...

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Projeto Antibullying: Bullying rende condenação de estudantes em Ribeirã...

Projeto Antibullying: Bullying rende condenação de estudantes em Ribeirã...: Quando alguém persegue, amedronta, humilha e o chama de baleia ou pau de viratripa, isso se chama bullying Jucimara de Pauda Foto: Matheus U...

Bullying rende condenação de estudantes em Ribeirão Preto

Quando alguém persegue, amedronta, humilha e o chama de baleia ou pau de viratripa, isso se chama bullying

Jucimara de Pauda
O site de relacionamentos Orkut possui pelo menos mil comunidades que falam sobre bullying. Nos grupos de discussão, crianças e adultos desabafam. Falam sobre o que é ser constantemente humilhado, chamado de "gordo", "quatro olhos", "burro". Lamentam também apanhar dos colegas e não ter coragem de, em casa, contar tudo aos pais.
Eles também se queixam de professores que ignoram o fato e de escolas que fingem que nada acontece. Todos concordam que é uma situação insuportável e que frequentar a escola se tornou um inferno.
Quem já passou pelo problema aconselha quem sofre, mas garante que é difícil superar o trauma. Na comunidade "você é vítima de bullying", por exemplo, um menino de 12 anos diz que que não aguenta mais ser espancado pelos colegas. "Eles passam perto de mim e me chutam ou colocam o pé na frente e eu caio. Já reclamei para a diretora, mas não adiantou. Não aguento mais essa humilhação".
Um menino de 9 anos também afirma que tem vontade de sair da escola por causa da perseguição na sala de aula.
"Eu sou magro e uso óculos e eles riem de mim o tempo todo. Minha mãe foi na escola, falou com a diretora, mas não adiantou nada. Quero parar de estudar", desabafa
Traumas
Uma jovem que diz ter 25 anos afirma que até hoje sofre com as brincadeiras da época da adolescência.
"Eu tinha 12 anos e as amigas inventavam músicas para mim e cantavam na frente de todo mundo. Eu chegava em casa e chorava muito, mas na frente delas eu sorria. Fui contar para os meus pais quando tinha 22 anos e comecei a superar", afirma.
Outro garoto afirma que os colegas o atormentam o tempo todo.
"Eu vou falar com o professor, eles me zoam, eu estou no intervalo, eles me zoam, se erro algo na sala de aula, eles me zoam. É um verdadeiro inferno", diz no depoimento.
Maldades
Uma mulher de 41 anos também conta que quando era menina era vítima de brincadeiras maldosas. "Eu tinha seios grandes e era miúda. Eles me apelidaram de vaca leiteira. Até pouco tempo eu ainda sofria com isto, mas fiz duas cirurgias plásticas para diminuir os seios e hoje me sinto melhor".
Uma mãe denuncia que a filha de cinco anos é vítima de bullying. Procurou a escola e a direção não tomou conhecimento.
Os coleguinhas não conversam com a menina porque ela tem problemas de dicção e "fala errado".
"Eles a ignoram e ela não consegue se enturmar mesmo sendo meiga, alegre e afetiva", lamenta-se.
Razões
O psicólogo Timóteo Vieira diz que a vítima de bullying sofre abusos frequentes e é colocada em uma situação na qual dificilmente consegue se defender. "Há razões de natureza social que acabam levando a vítima a sentir-se aprisionada na situação. Talvez por isso ocorram comportamentos violentos, alguns extremos, por parte da vítimas de bullying. Em situações de intenso desconforto psicológico e no qual a pessoa se sente aprisionada, pode parecer que somente ações extremas seriam saídas possíveis", enfatiza.
Diferenças
Ele diz que o alvo do bullying é a criança ou adolescente que tem características que o tornam distinto da maioria, mais vulnerável.
A aparência física, a timidez, deficiências, são características frequentes de vítimas de bullying.
Ele diz que, para quem quem faz o bullying, a prática rende certo destaque no grupo social
"Agressores que abusam de colegas normalmente ganham popularidade e força e é comum assumirem postura de líderes".
Ele enfatiza que é importante detectar porque o bullying ocorre e as implicações dele para as vítimas e agressores. "De certo modo, vítima e agressor, olhados de diferentes pontos de vista, podem ser ambos vítimas. Mas isso é complexo, porque não há respostas rápidas, prontas e simples que nos ajudem a compreender o fenômeno."
Justiça
O juiz Paulo César Gentile, da Vara da Infância e da Juventude do Fórum de Ribeirão Preto, já determinou que pelo menos dez adolescentes fizessem trabalhos comunitários pela prática de bullying.
A última decisão é de julho, contra dois adolescentes do Liceu Albert Sabin, que teriam cometido bullying contra um colega de classe.
Também já foram punidos pelo juiz com a prestação de serviços à comunidade dois adolescentes que chamaram a colega de "bode", em novembro de 2008, no Instituto Metodista, e seis garotas que criaram o "Bonde do Capeta" na Escola Estadual Domingos Spinelli, para perseguir as companheiras de sala de aula, em 2009.
No entanto, o juiz diz que os casos não são frequentes na Justiça.
"O fato é que nem sempre os casos chegam ao conhecimento da Justiça, ou porque são resolvidos no ambiente escolar, ou porque as vítimas são intimidadas e não relatam as agressões físicas ou morais aos seus pais", afirma.

 Fonte: Jornal A CIDADE.

sábado, 24 de setembro de 2011

PAI DENUNCIA CASO DE BULLYING NO ALCINA FEIJÃO


"Pai, não quero mais viver." A frase suicida saiu da boca de um menino de 11 anos, estudante da Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em 2008, e deflagrou uma investigação por bullying na Corregedoria Geral de São Caetano do Sul, no ABC. Na quinta-feira, o mesmo colégio foi palco da morte do estudante David Mota, de 10 anos, que se matou com um tiro na cabeça depois de atirar contra a professora Rosileide Queiros de Oliveira, que não corre risco de morte.


A família percebeu o sofrimento de K.C.S. no fim de 2008. Segundo o pai Sérgio Aciniro Sotana, 39, o menino chegava em casa sempre chorando. Dizia aos pais que a vida não tinha mais sentido e não queria voltar para a escola. O pai perguntava as razões, mas o menino não explicava. Diante do silêncio do filho, Sotana procurou o colégio. Nas reuniões, a coordenação pedagógica e as professoras diziam que o comportamento do filho era normal, e que não havia motivo para se preocupar.



O sinal mais claro da angústia de K. veio no final de novembro de 2008, quando o menino se jogou da laje da casa onde mora com a família, em Nova Gerty, em São Caetano do Sul. Caiu no primeiro parapeito e foi socorrido por um vizinho, sem ferimentos graves. Na mesma semana, K. tentou se jogar outra vez, mas foi contido pelo pai. "Disse ao meu filho que a vida dele era muito importante e eu moveria o mundo para poder ajudá-lo", lembra Sotana, emocionado. 



Após a dupla tentativa de suicídio, o garoto começou tratamento psicológico, que não surtiu efeito. Foi encaminhado a um psiquiatra e, após dois meses, revelou à médica o motivo da tristeza. Alegou sofrer agressões físicas e psicológicas dos demais estudantes. Era chamado de "mulherzinha, viado e bicha-louca" por usar brinco e cabelo comprido. Colegas chegaram a asfixiá-lo pelo pescoço e empurrá-lo de uma escada.



Assim que soube o que acontecia, o pai procurou a escola mais de 10 vezes para resolver a situação. Apenas na Secretaria de Educação, protocolou seis denúncias contra o bullying.



"Até hoje, quase dois anos depois, meu filho continua sendo alvo de xingamentos diários. O bullying não mudou, quem mudou foi meu filho, que aprendeu a lidar melhor com a situação, após todo este tempo de tratamento psiquiátrico." Sotana acredita que muitas outras crianças passem pelo mesmo, sem que os pais saibam. "Elas sofrem caladas, sem coragem de contar aos pais." E, após o sepultamento desta , desabafou: "Quando vi o Davi no caixão, tive certeza de que ele poderia ser o meu filho".


Foto: Daniel Tossato/Ag. BOM DIA
Mais de 200 pessoas acompanharam o sepultamento do menino



Corregedoria apurou denúncia de maus-tratos

Investigação foi suspensa após recomendação de ciclos de debates entre alunos, pais e professores



Entre fevereiro e julho de 2009, a Corregedoria Geral de São Caetano do Sul abriu uma apuração preliminar para investigar a conduta da escola no episódio de bullying denunciado pelo pai do menino K.C.S. O Ministério Público e o Conselho Tutelar acompanharam o caso. Ao término do processo, o corregedor geral,  Mauro Ruffo, exigiu providência junto à direção da escola para a realização de um "círculo restaurativo", o que significa envolver alunos, pais, educadores e psicólogos para "atenuar" o problema. Diante da decisão, a apuração foi suspensa.



Procurada, a diretora Márcia Gallo não quis se manifestar. Desde 2009 as escolas municipais de São Caetano possuem um programa de esclarecimento sobre o bullying. A Prefeitura de São Caetano do Sul informou, pela assessoria de imprensa, que todos os esclarecimentos foram prestados oficialmente ao Ministério Público. O delegado Francisco José Alves Cardoso, da delegacia central da cidade, investiga se a morte de Davi Mota tem alguma relação com o bullying dentro da escola.



Entrevista 

D._ Último colega a ver Davi com vida



'Brincamos de pega-pega no intervalo'



DIÁRIO_ Você conhecia o Davi há muito tempo?

D_ Conheço há dois anos, sempre brincamos juntos, tínhamos  amigos em comum. O Davi sentava na penúltima carteira e ninguém zoava com ele.



Você esteve com ele no dia dos tiros?

Sim. Brincamos de pega-pega no intervalo e voltamos para a última aula. O Davi foi ao banheiro e ninguém viu quando ele atirou. 



O que você fez depois disto?

Saí da sala e, no corredor, encontrei o Davi, com a arma na mão. Perguntei: "e aí, Davi?". Ele respondeu "e aí" e deu um tiro na cabeça. Estava na escada. Vi quando ele caiu.



Pai deveria ter nos avisado do sumiço da arma, diz educadora.

O desempenho escolar de Davi Mota, sepultado nesta sexta no Cemitério das Lágrimas em um caixão branco coberto com a bandeira do Santos, foi classificado como regular pela diretora Márcia Gallo e pela coordenadora-pedagógica Meire Bernadete Cunha. O menino de 10 anos, que nunca tirou nota vermelha, baleou a professora com a arma do pai, o guarda municipal Nilton Evangelista Nogueira, e se matou depois.



Meire questionou o fato de o pai ter ido até a escola antes da tragédia, à procura de uma arma, sem avisar os professores. "Se ele tivesse nos alertado, nós teríamos condições de revistar a mochila do Davi e esta tragédia talvez fosse evitada."

A delegada Lucy Fernandes disse que Nogueira pode responder por negligência, mas não está certa se vai indiciá-lo. À polícia, o pai afirmou que as crianças não sabiam onde ele guardava a arma. As testemunhas primordiais são o irmão de Davi, de 14 anos, e a professora que está na UTI.



Baleada chora e pede para família rezar pelo aluno.

A professora Rosileide Queiros de Oliveira, baleada pelo menino de dez anos quando escrevia na lousa, chorou ao saber da morte de Davi e pediu aos parentes e amigos que rezem por ele. "Ela jamais imaginou que o aluno fizesse isso. Acho até que nem ele sabia o que fazia porque era só uma criança. Não houve premeditação", diz o namorado da vítima, Luiz Eduardo Hayakawa.



Na noite de quinta-feira ele chegou a dizer que a namorada já havia reclamado de Davi à diretoria por ele ser muito bagunceiro e ter problemas psicológicos, mas nesta sexta recuou e disse ter se confundido. 



"Ela comentava comigo que na sala havia alunos que não deveriam estar lá porque tinham comportamentos diferente dos outros", explica o namorado.



Rosileide está internada no Hospital das Clínicas, onde se recupera da cirurgia  para a extração da bala. O projétil se alojou  na bacia, mas não atingiu nenhum órgão.  Segundo Luiz Eduardo, a professora comentou com ele que chegou a temer uma repetição da tragédia de Realengo, no Rio, ocorrida em abril deste ano, quando 12 crianças foram mortas por um ex-aluno. "Ela estava de costas e não viu o aluno entrar na classe", conta. Luiz afirma que o pânico aumentou quando Roseleide ouviu o segundo tiro. "Ela gritou para os alunos trancarem a porta da sala e chamar a diretora." A professora trabalha há seis anos na escola e nunca havia sofrido nenhum tipo de violência, segundo o namorado.



Criança escondeu a arma no banheiro.

A Polícia Civil de São Caetano do Sul acredita que Davi Mota escondeu a arma no banheiro. Imagens do circuito interno da escola mostram a movimentação do garoto após ele ter atirado. Na noite desta sexta, funcionários da escola foram ouvidos.  Ana Paula Lima, professora de matemática da escola, confirmou que uma de  suas alunas ouviu Davi falando que mataria a professora na quinta-feira e se mataria depois por medo do que o pai poderia fazer com ele. 




THAIS NUNES

DIÁRIO SP


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Estudante do Alcina era alvo de gozação

O estudante de 10 anos que atirou na professora e depois se matou em São Caetano era alvo de gozação. David Mota Nogueira, aluno do 4º ano C da Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, era manco e sofria bullying. "O pessoal da sala dele zoava muito com a deficiência", disse outro aluno da escola, Cayan de Castro Amorim, 14.

Cayan estava no Alcina no momento da ocorrência. Segundo o estudante, as turmas voltavam do intervalo, por volta das 15h50, quando se ouviu o primeiro disparo. "Parecia uma bomba. Foi no corredor onde eu ia ter aula e corri pra lá na hora".

O disparo atingiu a professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38, que estava em uma das salas de aula. Ela foi socorrida pelo helicóptero Águia da Polícia Militar com ferimento na região do quadril. O estado de saúde da docente não foi divulgado.

Cayan e os demais alunos ouviram ainda dois tiros, que o menino David efetuou contra si, no pescoço. "Consegui ver parte do corpo e os tênis dele estirados no chão antes dos inspetores afastarem os alunos".

A escola se encheu de gritos e lágrimas, nas palavras de Cayan. "Os alunos menores desceram correndo para telefonar para os pais. Foi horrível, fiquei com o coração apertado".
David deixou a escola ainda com vida e foi encaminhado ao Hospital de Emergências Albert Sabin, na Avenida Keneddy, em São Caetano, onde teve duas paradas cardíacas e morreu às 16h50. "Nunca tinha vivido nada parecido. É uma tragédia que vai marcar a escola", afirmou Cayan.

Segundo o menino, havia câmeras de segurança no corredor onde aconteceram os disparos. Cayan não soube informar por que David atirou contra a professora.

Camila Galvez 

Do Diário do Grande ABC

sábado, 3 de setembro de 2011

Cerca de 70% de crianças envolvidas com bullying sofrem castigo corporal, mostra pesquisa

AGÊNCIA BRASIL
Cerca de 70% das crianças e adolescentes envolvidos com bullying (violência física ou psicológica ocorrida repetidas vezes no colégio) nas escolas sofrem algum tipo de castigo corporal em casa. É o que mostra pesquisa feita com 239 alunos de ensino fundamental em São Carlos (SP) e divulgada hoje (30) pela pesquisadora Lúcia Cavalcanti Williams, da Universidade Federal de São Carlos.
Do total de entrevistados, 44% haviam apanhado de cinto da mãe e 20,9% do pai. A pesquisa mostra ainda outros tipos de violência - 24,3% haviam levado, da mãe, tapas no rosto e 13,4%, do pai. “As nossas famílias são extremamente violentas. Depois, a gente se espanta de o Brasil ter índices de violência tão altos”, disse a pesquisadora, ao participar de audiência pública na Câmara dos Deputados que debateu projeto de lei que tramita na Casa e que proíbe o uso de castigos corporais ou tratamento cruel e degradante na educação de crianças e adolescentes.
Segundo ela, meninos vítimas de violência severa em casa têm oito vezes mais chances de se tornar vítimas ou autores de bullying. “O castigo corporal é o método disciplinar mais antigo do planeta. Mas não torna as crianças obedientes a curto prazo, não promove a cooperação a longo prazo ou a internalização de valores morais, nem reduz a agressão ou o comportamento antissocial”, explicou.
Para a secretária executiva da rede Não Bata, Eduque, Ângela Goulart, a violência está banalizada na sociedade. Ela citou diversas entrevistas feitas pela rede com pais de crianças e adolescentes e, em diversos momentos, frases como “desço a cinta” e “dou umas boas cintadas” aparecem. Em uma das entrevistas, um pai explica que bater no filho antes do banho é uma forma eficiente de “fazer com que ele se comporte”. “Existem pais que cometem a violência sem saber. Acham que certas maneiras de bater, como a palmada, são aceitáveis”, disse.
Atualmente, 30 países em todo o mundo têm leis que proíbem castigos na educação de crianças e adolescentes, entre eles a Suécia e a Alemanha. “A lei é uma forma de o Estado educar os pais”, ressaltou o pesquisador
da Universidade de São Paulo Paulo Sérgio Pinheiro.
Como forma de diminuir os índices de violência contra crianças e adolescentes em casa, os pesquisadores sugeriram a reforma legal, com a criação de leis que proíbam esse tipo de violência, a divulgação de campanhas nacionais, como as que já vêm sendo feitas, e a participação infantil, com crianças sendo encorajadas a falar sobre assuntos que lhes afetem. “A principal reclamação das crianças é que elas não aguentam mais serem espancadas pelos pais”, destacou Pinheiro.

FONTE: http://www.correiodoestado.com.br/noticias/cerca-de-70-de-criancas-envolvidas-com-bullying-sofrem-casti_123022/